sexta-feira, dezembro 01, 2006

Sítio da Trindade pode sediar novo espaço cultural


Por Arthur Philipe
Do Feira-Livre


Foi realizada na última quinta-feira uma audiência pública no Plenarinho da Câmara dos Vereadores de Pernambuco sobre a implantação de um novo espaço cultural no Sítio da trindade, situado no bairro de Casa Amarela. A reunião foi idealizada pelo vereador Luiz Helvécio (PT) para ouvir do público opiniões referentes ao projeto.

Na ocasião estiveram presentes diversos representantes de segmentos culturais, freqüentadores do sítio e autoridades de diversos órgãos sociais. A discussão girou em torno da construção de um complexo denominado “Refinaria Multicultural” de autoria do Secretário de Cultura em vigor, João Roberto Peixe, que esteve presente na audiência para explicar detalhes sobre o projeto, que já teve a aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ( Iphan ).

A mesa de debatedores foi composta pelo vereador Luiz Helvécio, o professor Nilzar Carneiro Leão do Instituto Geográfico Pernambucano, o coronel Vlademir Paulino Marques do Comando Militar do nordeste, o professor Leonardo Dantas representando o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Reginaldo Corrêa de Araújo presidente da Associação Amigos do Sítio, o Promotor federal André Silvan de Carneiro do ministério público e do secretário da Cultura João Roberto Peixe. O presidente do Iphan, Frederico Almeida, não compareceu e não enviou nenhum representante, sendo muito criticado durante toda a audiência.

O Secretário Roberto Peixe, após as apresentações do vereador Helvécio, abriu a audiência mostrando slides sobre o projeto arquitetônico de autoria do Arquiteto Antônio Amaral. A planta do complexo consiste em dois pavimentos que seriam construídos atrás do anfiteatro nos fundos do Sítio, onde existe a sementeira, no lado que dá para a estrada do encanamento. A Refinaria Multicultural do Sítio da Trindade seria mais um espaço incluído em outro projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o “Cultura Viva – Porto da Cultura”, que beneficia localidades do Coque, Peixinhos, Parque do Jequiá, Brasília Teimosa e agora o Sítio da Trindade.

Após a exposição do projeto o que se seguiram foram duras críticas referentes ao local onde a obra será feita que está situada em área de preservação tombada pelo patrimônio federal. Todos os participantes da mesa eram concordantes na construção do espaço, e ao fazê-lo renderam elogios ao projeto e seus idealizadores (o prefeito João Paulo e o Secretário Roberto Peixe). Mas o motivo de posições discordantes foi o local escolhido para as construções.

O professor Nilzan citou casos de destruição do patrimônio histórico no Estado e no mundo e chamou a atenção dos presentes para a lei Municipal 13.957 que rege a proteção do espaço tombado pelo patrimônio e do artigo 216 da constituição de 1988. Segundo o professor, que baseou-se nas leis Municipal e Federal, o projeto não está concordante com os parâmetros legais e que o projeto não chegou ao conhecimento do Instituo Geográfico Pernambucano. Na mesma ocasião o professor entregou ao representante do Ministério Público presente na ocasião um documento de repudio a construção da Refinaria no Sítio e frisando os aspectos das leis sobre o projeto.

Todos os presentes criticaram a ausência do presidente do Iphan, Frederico Almeida, que em carta recebida durante o evento, justificou sua ausência. Apesar de tudo, não ficou esclarecido para os presentes como o Iphan e a prefeitura aprovaram o projeto, sem estarem cientes das leis citadas pelo professor Nilzar. O secretário Roberto Peixe tentou se explicar frisando a importância do fator social da construção que trará uma série de atividades artísticas pra um público de faixa etária entre 16 e 25 anos, segundo o projeto.

Ao final da audiência ouve bate boca entre convidados da platéia e membros da mesa que trataram a implantação do projeto no sítio como uma guerra de classes sociais. Tendo em vista que o sítio já recebeu reclamações quanto ao som dos tambores de maracatu que tocam no espaço. A reclamação teria partido de vizinhos que moram em casas ao redor do sítio e que detém um alto poder aquisitivo. A audiência que começou as 9h estava prevista para terminar ás 11h e no entanto, se estendeu até as 13h com a manifestação dos presentes em organizar mais uma audiência para mais esclarecimentos do polêmico projeto.


Produção de Vídeo Arthur Philipe

Um comentário:

Manuela Allain Davidson disse...

O texto ficou muito longo para a web, Arthur, e funciona mais como relatório do que noticiário factual. Há também alguns erros graves de português (ex. ouve ao invés de houve) que acontecem mesmo por pura distração. Mais cuidado nas próximas, ok?

Já o vídeo ficou fantástico! Parabéns!! :)