Por Mona Lisa Duperron do feira-livre
O jornalista Eduardo Coutinho tem a sensibilidade e o olho clínico para identificar histórias dignas de um filme em pessoas aparentemente normais. Pessoas como eu, você, ou qualquer um dos nossos vizinhos de edifício. Aquelas pessoas que nós encontramos no elevador, mas que nem imaginamos quem são, quais suas histórias, angústias ou alegrias e que, pela correria do dia a dia, passam despercebidas por nós. Eduardo Coutinho as faz tornar exemplos de vida. O que o diretor do documentário mais premiado no exterior “Cabra Marcado Para Morrer”, propõe com “Edifício Máster” é mostrar a alma destas pessoas comuns, tratar de questões como desemprego, prostituição, problemas psiquiátricos, drogas, violência, aborto, suicídio por um outro lado, o lado de quem sofre estes problemas.
Durante uma semana, a equipe de Coutinho alugou um apartamento no prédio e retratou em formato de entrevista o cotidiano dos moradores. O edifício tem 12 andares e 23 apartamentos por andar. Ao todo, são 276 apartamentos conjugados. O cineasta através de sua técnica de entrevista interativa conversou com 37 moradores, captando histórias íntimas e reveladoras.
História de vida como a de uma jovem prostituta que confessa que mentiu para a produção do documentário quando disse que não estava em casa para não ter que dar entrevista e, a partir daí, inicia um debate com Eduardo Coutinho sobre mentira; a timidez de um senhor mineiro que fala da emoção que sentiu quando seu chefe o deixou viajar para visitar a mãe que estava doente e lhe disse que ele poderia ir porque foi o melhor de seus funcionários; ou, ainda, do militar brasileiro que cantou “My Way” ao lado de Frank Sinatra, quando morava nos Estados Unidos.
Saudosismo, esperança e decadência são algumas das sensações que o telespectador vai perceber. Personagens dos mais variados: prostitutas, músicos, donas de casa, aposentados, idosos, recém-casados, alguns com perfis suicidas e, até, uma jovem esquizofrênica, que Coutinho, com todo talento, consegue transformar em um dos melhores depoimentos do vídeo. Entrevista esta que, por si só, já valeria um longa metragem.
História de vida como a de uma jovem prostituta que confessa que mentiu para a produção do documentário quando disse que não estava em casa para não ter que dar entrevista e, a partir daí, inicia um debate com Eduardo Coutinho sobre mentira; a timidez de um senhor mineiro que fala da emoção que sentiu quando seu chefe o deixou viajar para visitar a mãe que estava doente e lhe disse que ele poderia ir porque foi o melhor de seus funcionários; ou, ainda, do militar brasileiro que cantou “My Way” ao lado de Frank Sinatra, quando morava nos Estados Unidos.
Saudosismo, esperança e decadência são algumas das sensações que o telespectador vai perceber. Personagens dos mais variados: prostitutas, músicos, donas de casa, aposentados, idosos, recém-casados, alguns com perfis suicidas e, até, uma jovem esquizofrênica, que Coutinho, com todo talento, consegue transformar em um dos melhores depoimentos do vídeo. Entrevista esta que, por si só, já valeria um longa metragem.
Edifício Máster vale a pena. Em vários depoimentos você vai encontrar identificação; vale assistir para apreciar a maneira leve e respeitosa com que o diretor trata seus entrevistados, sem mascará-los ou induzi-los. Talvez essa seja a grande lição: encontrar a melhor história não requer necessariamente grandes esforços; ela pode estar aí na porta ao lado. É só bater.
Onde encontrar : Locadoras de vídeo
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