sexta-feira, dezembro 01, 2006

Brechó não sai de moda

Por Mona Lisa Duperron
Do Feira-Livre

Calças, sapatos, acessórios, camisetas, vestidos, casacos. Populares ou importadas, essas peças podem ser encontradas nos brechós, por preços muito acessíveis.

Já se foi o tempo em que os brechós eram freqüentados apenas por pessoas alternativas com estilo particular, que não encontravam nas lojas convencionais peças para compor o guarda-roupa. Hoje, eles têm um público fiel composto por todos os tipos de pessoas, independentemente da idade ou do poder aquisitivo. O comum entre elas é a paciência para revirar o brechó e o bom gosto para distinguir o que vale ou não levar para casa.

Preço baixo e peças exclusivas são as grandes vantagens de comprar nestes lugares. É possível encontrar produtos de excelente qualidade, correndo o mínimo risco de se esbarrar com alguém vestido com a mesma roupa. O produtor Samuel Braga é freqüentador assíduo. “Adquiri este costume de comprar em brechós quando fui à França, onde este tipo de negócio surgiu. Lá é muito comum pessoas se desfazerem de coleções vendendo para alguns brechós. Quando quero algo diferente não há shopping no mundo que me convença. Brechós, lá vou eu”. A freqüência já rendeu uma espécie de prêmio para o produtor: ¨Já encontrei um casaco Armani, original, por apenas R$ 60,00¨.

Mas como é possível achar peças tão requintadas por um preço tão pequeno? Segundo Vanbecy Brito, proprietária do brechó Dona Quintinha, não existe segredo. ”Os fornecedores destas peças são geralmente pessoas físicas que viajam muito e que não precisam repetir roupas¨, explica.

Como a moda está sempre indo e voltando, conforme as tendências, roupas, calçados e bijouterias que eram consideradas “cafonas” voltam a ocupar espaço nas passarelas, nas vitrines e nas ruas. É o caso da moda retrô, que destaca peças brilhantes, godê, tricô, e bijuterias da época da vovó. Esta tendência facilitou a quebra do mito de que os brechós só venderiam coisas ultrapassadas. Sabe aquela blusa de bolinhas que sua tia-avó usava quando você era criança? Pergunte se ela ainda tem. Pode lhe servir na próxima balada.

Porém, não é chegar a um brechó e sair comprando. É preciso seguir algumas regrinhas básicas para o barato não sair caro. Analise muito bem se a peça não está danificada. Geralmente os brechós não trocam mercadorias. Se a roupa for muito antiga é preciso olhar se o tecido já não está desgastado, assim você não corre o risco de lavar e a peça rasgar ou deformar. Tenha paciência para procurar, nada de pressa. Não fuja do seu estilo para não se arrepender da compra e deixar o modelito escanteado no armário. Se gostar de algo, leve logo, provavelmente só existe aquela para venda. Ah, e se você tiver alguma roupa que já não goste, leve com você, quem sabe você não faz negócio e gaste bem menos do que esperava?



Produção de Áudio Kleber Valentim



Produção de Vídeo Kleber Valentim

2 comentários:

Manuela Allain Davidson disse...

Mona, seu texto é forte, maduro, leve e bem apurado. Você dá dicas boas e presta um serviço legal para o leitor, sem cair no 'achismo'. Afora a repetição (por vezes inevitável) do termo brechó, pra mim seu post está mais do que aprovado. Parabéns!

Manuela Allain Davidson disse...

Legal, Kléber! Tanto o vídeo quando o áudio funcionaram como conteúdo expandido - o vídeo, na verdade, mais até do que o áudio. Senti falta de alguma sonora com entrevistado ou informação nova no seu áudio. Mas como comentário de 'comportamento', funciona. Parabéns!