segunda-feira, novembro 06, 2006

Novas testemunhas convocadas a depor no caso Laís

Por Arthur Philipe
Do Feira-Livre



O Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil convocou novas testemunhas para depor no caso do seqüestro e assassinato da menina Laís Melo Bezerra, 9 anos, em Limoeiro. Entre as pessoas convocadas estão a mãe do mecânico Ricardo Alexandre Nery Galvão, 33, assassino confesso da menor, e mais duas testemunhas que não tiveram seus nomes revelados pela equipe de investigações.

A polícia já ouviu esta última quarta-feira, 1 novembro, o ex-policial militar, José Arnaldo dos Santos, 38, que confirmou ter planejado o seqüestro da garota. Ainda segundo o depoente, a menina teria reconhecido José Arnaldo da Fábrica de estopa, em Limoeiro, e por esse motivo resolveram matá-la sem exigir o resgate.

A acareação realizada entre os acusados nesta última terça-feira, 31, contribuiu para o avanço nas investigações, garantiu o delegado-titular do GOE, Antônio Barros. Segundo ele, os dois acusados se desentenderam durante o interrogatório e trocaram acusações. De acordo com o mecânico Ricardo Alexandre, o ex-policial teria segurado a vítima enquanto ele (Ricardo) a estrangulava. A versão defendida pelo ex-policial, a participação dele foi apenas em planejar o seqüestro.

Também foram colhidos os depoimentos da atual namorada de José Arnaldo, Cícera Correia dos Santos, no qual ela confirmou que os dois acusados eram muito amigos, e da mãe da vítima dona Lindomar Neves Melo. Para o delegado, Antônio Barros, há indícios suficientes para o indiciamento do ex-policial. A polícia só está aguardando os resultados do exame de DNA, realizado na Paríba, para confirmar a agressão sexual, já confessada por Ricardo Alexandre.

Polícia não tem provas de violência sexual

Os exames feitos pelo Instituto de medicina legal garantem que os ossos encontrados no terreno baldio são de uma criança que tinha 9 anos, e que faria 10 anos em Outubro, semelhante a menina Laís. A suspeita da polícia é de que o assassino teria praticado o ato sexual despido, e por esse motivo não houve como comprovar vestígios de esperma na roupa intima do acusado.

Para tornar mais difícil a identificação do corpo o mecânico Ricardo Alexandre após estripar o corpo, ateou fogo e espalhou-o pelo terreno, despejando cal em seguida, a fim de afastar animais que chamassem a atenção de moradores locais. O teste que irá comprovar se a ossada encontrada é realmente o da menina Laís é o exame de DNA, que já está sendo realizado na Paraíba, a partir de amostras de sangue coletadas da mãe e da irmã de Laís, e deve ser divulgado o resultado dentro do prazo de dois meses.

Crime

A menina Laís Melo Bezerra, 9 anos, desapareceu no dia 10 de Agosto em Limoeiro, agreste do estado. A população local mobilizou-se para encontrar pistas que levassem ao paradeiro de Laís. No dia 19 de outubro o mecânico Ricardo Alexandre Nery, 33, é preso como suspeito de ser o seqüestrador e a polícia encontra restos mortais em um terreno baldio e objetos da vítima. O mecânico confirmou a morte da menina por asfixia e ter violentado o corpo. Para ocultar o crime o assassino estripou, ateou fogo e espalhou os restos mortais pelo terreno. O crime que chocou a opinião pública ainda teve a participação posteriormente comprovada pelo GOE do ex-policial José Arnaldo dos Santos,38, no seqüestro de Laís.



Reportagem e produção de áudio Priscilla Nogueira

Reportagem e produção de vídeo Luciana Oliveira

Um comentário:

Manuela Allain Davidson disse...

Belo stand-up, Luciana! Pelo menos um dos seus três arquivos multimídia está no ar! Parabéns