segunda-feira, novembro 06, 2006

Os craques de amanhã

Por Renata Silveira
Do Feira-Livre

Os clubes de futebol estão investindo em suas divisões de base. E a garotada vem aproveitando as oportunidades oferecidas. A maioria dos jovens de origem pobre no Brasil sonha em ser jogador de futebol. Exemplos de Romário, Ronaldo que vieram de comunidades pobres e ficaram milionários fazem com que os garotos busquem seguir a carreira nos gramados.

As escolinhas de futebol estão espalhadas em todo o Brasil e chama atenção dos pequenos que querem sair das peladas nos bairros para ascensão nos campos dos grandes clubes brasileiros. Alguns têm a sorte de seguir carreira, outros não conseguem atingir seu objetivo. Edinilton Robson Mata, 20 anos, sempre jogou futebol no “campinho da destilaria”, no Cabo de Santo Agostinho, impulsionado pelos pais e por amigos. “Di”, como é chamado, foi tentar carreira nos clubes de São Paulo, onde passou pelos clubes de base da Portuguesa e Palmeiras. “Todos os técnicos que eu peguei falavam do meu bom futebol, porém, a concorrência é grande e muitos ficam para trás”, ressalta.

Infelizmente Edinilton voltou para casa sem atingir o estrelato. Hoje, está jogando no Ferroviário do Cabo e divide os treinos com os estudos. “Perdi um ano da minha vida em São Paulo na busca de me tornar um jogador famoso, hoje tenho consciência que o tempo passa e para garantir um futuro estável só investindo nos estudos, porque o futebol pode não dá certo”. Os meninos entendem que cada chance perdida nas peneiras é uma derrota não só para eles, mas para toda a família. E esse fator gera uma carga psicológica muito pesada para o adolescente.

O importante é que os atletas fiquem conscientes à realidade do futebol brasileiro e saibam que mesmo ingressando na área profissional muitas vezes se decepcionam com os salários. Nem todos vão assinar contratos milionários. Além disso, a carga horária exigida pelos clubes é puxada. E muitos não assumem a responsabilidade quando os atletas se machucam. O interessante seria as escolinhas mostrarem a seus alunos esses lado da profissão que eles não conhecem. O trabalho das escolinhas tem que ser educativo. O estudo é muito importante. Deve vir em primeiro lugar.

Jonathan Henrique Viana, 11 anos, é atento a essas questões e prioriza os estudos. “Meus pais sempre me aconselham a colocar os estudos em primeiro lugar e é isso que faço, vou para escolinha como lazer, se der certo será legal”. Jonathan faz parte da categoria sub – 13 do Clube Náutico Capibaribe. Assim como Jonathan, existem mais de quinhentos alunos na escolinha com idades entre 7 a 17 anos. “Muitos atletas da escolinha são aproveitados no profissional, exemplo disso é o goleiro Rodolfo”, afirma o coordenador de treinamento do Náutico, Hugo Benjamin.

Não se deve desistir de seguir o sonho de se tornar um astro do futebol, mas o jovem não deve esquecer de atrelar a esse sonho a continuidade dos estudos, pois, se amanhã não se tornar um “Rei” ou um “Fenômeno”, tenha a possibilidade de, através dos seus estudos, conseguir seguir outra carreira.






Produção de vídeo de Celina Aragão

Um comentário:

Manuela Allain Davidson disse...

Renata, parabéns pelo texto! Está muito bom. As ressalvas que eu faço são as de sempre: vírgulas fora de lugar, interrompendo a fluidez da oração, regência... e neste material especificamente, um alerta. Em blogs a gente tem mais 'liberdade poética' para escrever. Mas como matéria jornalística é importante tentar se manter imparcial. Seu texto aqui está bastante opinativo.