segunda-feira, outubro 29, 2007

Barba, cabelo e bigode na Vila Santa Luzia

Por Chico Peixoto
Do Feira Livre

Agnaldo Alves de Oliveira, 31 anos, mal segurava a ansiedade antes de emitir uma nova carteira de identidade. “Não tenho dinheiro para tirar outra via. Quando soube que era de graça, vim correndo para cá”, disse o pedreiro, que estava sem o documento há cerca de um ano. Com isso não podia, por exemplo, abrir conta no banco.

Mais complicada talvez fosse a situação da doméstica Lindiana da Silva Santos, 23, que há quatro anos perdeu a certidão de nascimento e assim não podia tirar o registro da filha, hoje com dois anos. “A moça me deu um papel e disse que com ele eu posso tirar minha certidão de graça no cartório”, explicou.

Agnaldo e Lindiana foram duas das quase três mil pessoas beneficiadas com o serviços gratuitos oferecidos durante a terceira edição do Faculdade na Comunidade, realizado no último sábado (27), dentro da Vila Santa Luzia, bairro da Torre. O projeto é uma iniciativa da Faculdade Maurício de Nassau em parceria com órgão públicos e privados da cidade.

Além da emissão de documentos, os moradores do local tiveram acesso a outros serviços, como corte de cabelo, currículo profissional, vacinas, massagem e atendimento jurídico. No evento também houve espaço para lazer e cultura, com a presença de roda de capoeira, apresentação de cães da Polícia Militar, gincana com palhaços, exposição oceanográfica e até passeio de pônei.

Alunos e professores organizaram ainda palestras sobre assuntos como aleitamento materno e menopausa. Um programa de rádio feito pelos estudantes transmitia ao vivo toda a movimentação na escola municipal Creuza Barreto, local onde as ações se concentraram. Ao todo cerca de 500 representantes da Maurício de Nassau participaram do Faculdade na Comunidade.

O líder comunitário da Vila Santa Luzia, Francinaldo dos Santos, o Darinho, aprovou a intervenção. “Se pudermos continuar com essa parceria, vai ser ótimo. A comunidade precisa muito dessa ajuda”, destacou. Segundo ele, desde que assumiu o posto, há quatro anos, ainda não tinha visto ação semelhante no local.

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