
Música negra: Da religião ao protesto
Por Luciana Menezes
do Feira-Livre
Por Luciana Menezes
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O Maracatu, antes, uma conotação pejorativa, denominava um ajuntamento de negros. Tem em sua origem a coroação dos deuses soberanos do Congo e de Angola. É uma das maiores manifestações culturais afro-brasileira. De cunho religioso, o Maracatu com, sua batida ritmada e roupas coloridas, traz em suas apresentações alegria que contagia a todos. Tanto que hoje, é “moda” entre os artistas tocar percussão utilizando os ritmos do maracatu. Chico Science foi um dos pioneiros em usar as batidas em sua banda, Nação Zumbi.

Utilizando a música para pensar e fazer dela instrumento de denuncia a cruel realidade das periferias, o Hip Hop faz um verdadeiro convite à reflexão sobre as desigualdades sociais enfrentadas pela população, em sua maioria negra. O som foi criado nos guetos americanos, liderados por gangues que utilizavam as ruas como palcos e também como ringues de luta por domínio territorial. Como as periferias estão à margem da sociedade, a música nascida lá ainda sofrem preconceito e poucas bandas tem reconhecimento. Em Pernambuco a banda Faces do Subúrbio ganhou o mundo quando foi indicada ao Grammy Latino, sendo a única banda de Rap brasileira que concorreu ao prêmio. Já dividiu palco com muitos músicos nacionais como Zeca Baleiro, Faces, utiliza as rimas de protesto com a embolada, fazendo assim um verdadeiro caldeirão. Influenciado, sim, pela cultura americana, mas sem perder a preservação dos ritmos nordestinos.
Que o som da periferia invadiu os centros e deixou de sobreviver excluído da sociedade, todos já perceberam. Tudo prova essa afirmação. Chico Science levou o ritmo do Maracatu para o mundo e o hip hop trouxe pedidos de socorros que antes eram ouvidos apenas pelos moradores da comunidade. A música negra que era o canto de dor dos escravos presos em senzalas ecoou e se transformou em gritos de liberdade. Influenciou gerações de músicos e trouxe para Pernambuco mais motivos para ser considerado o Estado dos mais diversos ritmos musicais.
Edição: Tacyana Viard
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