Por: Tito Pedroza
Do Feira-Livre
Diariamente cerca de 190 mil usuários passam pelas catracas das estações de metrô do Grande Recife. Um verdadeiro vai e vem de pessoas que utilizam o veículo para facilitar e agilizar o traslado diário. A pressa é tanta que muitos nem percebem a existência de um profissional de suma importância para a realização desse serviço: o maquinista.
“Eu pensava que o metrô era todo automático, me surpreende saber que ainda existe alguém controlando ele”, diz Cristiano da Silva, usuário do metrô. Já a dona de casa Marcela dos Santos, diz saber da existência do maquinista, porém concorda que é uma profissão que passa despercebida: “ Eu já sabia que tinha alguém dirigindo o trem, mas eu só lembro que ele existe quando o trem chega”, ressalta.
O metrô do Recife anda numa média de 40Km/h em baixa velocidade e em 80 Km/h na alta. Para manter esse ritmo é preciso bastante atenção por parte dos maquinistas. O controlador de Posto, Murilo Alves, explica que o metrô funciona como um carrossel e o maquinista tem que estar bastante atento ao trajeto e aos sinais enviados pelo controlador de tráfego ferroviário. “Nunca houve nenhum acidente entre metrôs (do tipo colisão) no sistema, isso se deve ao empenho dos maquinistas e demais profissionais” ressalta Murilo.
Edmilton Abelardo é maquinista há quase 20 anos e tem muita história para contar. Ele diz que o trabalho é bom, mas é muito rotineiro, o que exige ainda mais atenção para evitar que algo dê errado. Ele também explica que a escala de trabalho às vezes é muito dura. “Todo maquinista tem que fazer pelo menos uma escala noturna na semana. Ela serve para fazer a manutenção dos trilhos e da rede elétrica, sem falar que não existe feriado para nós. Estamos aqui quase que diariamente”, ressalta Edmilton.
Mas não existem apenas homens operando as locomotivas. Hoje cerca de 10% do efetivo é composto por mulheres, como Esmeralda Márquez dos Santos, que aos 28 anos já faz parte do grupo de maquinistas. “O preconceito ainda rola muito, mas o pior é que ele vem de fora. No trabalho, os colegas falam pouco, mas lá fora todos acham muito estranho o fato de ter uma mulher pilotando um metrô”, conta.
Para ser maquinista, é preciso ter formação do segundo grau, ou seja, o ensino médio, e passar no concurso público da instituição. Após ser aprovado, o futuro maquinista ainda passa por treinamento no próprio METROREC. A média salarial é de R$ 600 e a carga horária de 33 horas semanais.
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Edição: Tacyana Viard
Um comentário:
Muito bom, Tito e Tiago. O texto está flúido, a apuração consistente... há só alguns errinhos bestas que imagino que se tivessem relido a matéria, teriam percebido. A galeria está fantástica. Parabéns aos dois.
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