sexta-feira, novembro 24, 2006

O REI “VACÃO”

Por Leonardo Santos
Do Feira Livre



Um jovem animal que só quer saber de brincadeiras aprende a assumir suas responsabilidades após a morte de seu pai. Calma! Essa não é uma refilmagem de O Rei Leão, da Disney, mas sim o novo filme dos estúdios da Nickelodeon. O Segredo dos Animais está em cartaz no circuito de cinemas da cidade.

No filme, os leões são trocados por vacas (e “vacos”, pois até os machos têm tetas) e as hienas por coiotes. O touro Ben é o líder dos bichos de uma típica fazenda do interior dos Estados Unidos. O bovino observa os limites do terreno a noite inteira para que os coiotes não invadam a área para lancharem os outros animais. Enquanto isso, o seu filho Otis cai na farra com os amigos Pip (um rato), Pedro (galo), Fred (furão) e Porco (?). E assim passava o tempo na fazenda até o dia em que os coiotes matam Ben durante uma briga. A partir daí, o “vaco” Otis terá de assumir o lugar de seu pai como o “rei” dos animais. Dá até pra imaginar a trilha que Elton John compôs para O Rei Leão.

E as semelhanças com o desenho de 1994 não ficam apenas no roteiro. Toda a estética da toca dos coiotes nos faz lembrar o lar das hienas inimigas do leão Simba: iluminação avermelhada, nevoeiro fúnebre. A imitação é tão descarada que um dos vilões de O Segredo dos Animais utiliza a mesma frase do antagonista do filme da Disney. “Esse é o nosso segredinho”, diz. O galo Pedro e o furão Fred funcionam como uma espécie de Timão e Pumba que nos momentos mais tensos do filme aprontam alguma confusão para descontrair o público.

Apesar de ter a mesma premissa de O Rei Leão, O Segredo dos Animais diverte a garotada. Resultado que deve agradar a Nickelodeon (de Jimmy Neutron) uma vez que as crianças são o seu público alvo tanto no cinema quanto no canal a cabo homônimo. Já os adultos vão ter a impressão de “já assisti a esse filme antes”.

Um comentário:

Manuela Allain Davidson disse...

Se adicionar uma dose mais ácida de sarcasmo, Léo, você vai um dia ser concorrência pra o Kléber Mendonça! Gostei da crítica e comparação com o Rei Leão. As informações foram bem contextualizadas e o post flui muito bem no decorrer da leitura. Parabéns!