segunda-feira, novembro 06, 2006

Cinco Pontas: a memória do Recife

Por Joka Cordeiro
Do Feira-Livre


Quem passa pelo viaduto das Cinco Pontas, no centro do Recife, não imagina que, logo abaixo, existe um dos mais importantes acervos de fotos e mapas cartográficos que contam a evolução urbana da capital pernambucana. É o Museu da Cidade do Recife, localizado no Forte das Cinco Pontas.

Aberto ao público desde 1982, o museu é o ponto de partida para quem deseja conhecer melhor a historia da cidade. Ao todo são mais de três mil fotos, negativos e celulóides que registram o desenvolvimento urbano e social da cidade. “Muitas dessas fotografias se encontram catalogadas e digitalizadas”, garante a museóloga Bárbara Collier.

O acervo conta ainda com aproximadamente um mil e seiscentos mapas cartográficos. Entre eles, algumas relíquias como os desenhos de Gaspar Barléu, datados de 1631, além de gravuras e pinturas do artista holandês Frans Post. Uma parceria entre a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura da Cidade do Recife está ajudando a higienizar, restaurar e acondicionar em local apropriado a coleção. O trabalho ainda está em andamento e só estará aberto à visitação em 2008. Gabriela Severien, geóloga, responsável pela gerência e conservação do acervo, define o museu como a memória da transformação da cidade. “Esse é um espaço que guarda a evolução urbana do Recife”, declara.

Atualmente, o Museu da Cidade do Recife está com a exposição de longa-duração intitulada “História de Muitos”, que conta a evolução da cidade.

No dia 12 de cada mês é realizada, nas dependências do forte, a “Troca da Bandeira”. O evento que comemora a data de fundação da veneza brasileira, conta sempre com a presença de alunos de escolas públicas e particulares numa cerimônia com banda marcial e coral formado por pessoas da terceira idade.

Forte de São Tiago das Cinco Pontas

Conhecido como Forte das Cinco Pontas, a edificação conta atualmente com apenas quatro baluartes. Mas, nem sempre foi assim. Sua forma original foi construída em 1630, em forma de estrela de cinco pontas. Erguido pelos holandeses, para impedir a invasão de inimigos pelo Rio Capibaribe, o forte foi batizado de Frederik Hendrink, o Príncipe de Orange.

Vinte e quatro anos depois, as forças brasileiras e portuguesas ocuparam o forte e o rebatizaram de Forte São Tiago. Sua arquitetura foi modificada para descaracterizar o período holandês. A forma pentagonal foi mudada, fincando a estrutura apenas com quatro pontas. Os pernambucanos, fiéis às origens, trataram logo de chamá-lo de forte São Tiago das Cinco Pontas, mostrando a simpatia aos antigos dominadores.

Em 1938, o forte, que já havia sido usado como prisão e quartel militar, foi tombado como patrimônio histórico nacional. Em 1980 foi restaurado e passou a sediar o Museu da Cidade do Recife.

SERVIÇO:
Museu da Cidade do Recife
Forte das Cinco Pontas
Praça das Cinco Pontas, s/n – Bairro de São José – Recife/PE
Fone: (81) 3224 8492

Visitação:
Terça a sexta – das 9h às 18h
Sábados e domingos - das 13h às 17h.
Entrada - R$ 1,00







Imagens e sonoplastia: Paulo André Guimarães
Edição de imagens: Silvio Rabelo





Por Joffre Bandeira

3 comentários:

Manuela Allain Davidson disse...

Paulo, mais um bom exemplo de conteúdo expandido bem alinhado com o conteúdo principal. O vídeo mostra o acervo permanente e estrutura física do museu, com uma musiquinha clássica de fundo. Achei um pouco longo para a web, mas ainda assim bastante interessante. Parabéns!

Manuela Allain Davidson disse...

Joka, tem horas que a gente não tem mesmo pra onde correr e termina repetindo umas mil vezes a mesma palavra - ainda mais quando é o nome da cidade, instituição, pessoa que enfoca o texto. Destaquei em azul só por uma questão de consciência. Recife é também cidade, capital pernambucana, veneza brasileira, ...! O único errinho que encontrei foi um de concordância, mas conhecendo o seu texto eu diria que é distração mesmo. Na web, somos sempre vítimas do imediatismo, da tecnologia e da distração. Fica a dica ;) Parabéns!

Manuela Allain Davidson disse...

Joffre, fazer peça pra rádio é mel na chupeta pra você, não é? :) Nesta, especificamente, eu senti falta de mais informações. A entrevista não acrescentou muito à sua produção e para mim faltou uma sonora que sustentasse seu argumento de abertura de que o volume de visitantes ao Forte das Cinco Pontas estaria crescendo. Fora isso, show de bola.