segunda-feira, novembro 26, 2007

Resenha: Radiohead - In Rainbows

Por Tiago Barros
Do Feira Livre

Existem bandas que tendem a repetir uma determinada fórmula bem sucedida e existem aquelas que procuram reciclar sua música com elementos novos, mesmo que isso não se mostre muito aparente. O Radiohead se encaixa facilmente na segunda opção e prova isso nesse seu novo trabalho, In Rainbows. Depois de ter moldado uma nova sonoridade no Ok Computer, de chocar seus fãs e quase ter abandonado de vez as guitarras nos “difíceis” Kid A e Amnesiac, e de ter voltado razoavelmente aos eixos com Hail To The Thief, Thom Yorke e cia. dão um passo à frente voltando a se focar em composições mais acessíveis, mas ainda mantendo o pé firme no experimentalismo.

De início, o disco já causou um certo estardalhaço ao ser distribuído pela net sem vínculo com qualquer gravadora e por estar sendo disponibilizado para download por uma quantia que seria atribuída pelo pretenso comprador. Já para quem se dispuser a adquirir um material menos virtual, o preço para a compra do box, que contém o cd, sua versão em vinil e um cd-bônus com músicas adicionais, é 50 libras, aproximadamente R$ 250,00.

Uma parcela da crítica afirma que o Radiohead ensaiou uma espécie de “volta ao passado”, já que as guitarras se encontram bem mais presentes do que nos discos anteriores do grupo. Contudo, não é necessário mais do que duas audições atentas para notar que In Rainbows não tem quase nada dos rocks barulhentos e das baladas tristonhas que perfazem seus primeiros trabalhos. A melancolia tão característica da banda está presente aqui em várias músicas, mas todas receberam um tratamento sonoro multifacetado que "o Radiohead do passado" não possuía.

As músicas “15 Steps”, “Bodysnatchers”, "Nude", "House of Cards", e "All I Need" são os grandes destaques de um disco extremamente coeso feito por uma banda que não quer e nem precisa revisionar sua própia obra para se mostrar relevante. Que eles continuem não dando a mínima para seu passado.

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